terça-feira, 31 de maio de 2011

DRUMMONT...

Casa arrumada é assim:

Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa

entrada de luz.

Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um

cenário de novela.

Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os

móveis, afofando as almofadas...

Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:

Aqui tem vida...

Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras

e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições

fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.

Sofá sem mancha?

Tapete sem fio puxado?

Mesa sem marca de copo?

Tá na cara que é casa sem festa.

E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.

Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.

Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,

passaporte e vela de aniversário, tudo junto...

Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.

A que está sempre pronta pros amigos, filhos...

Netos, pros vizinhos...

E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca

ou namora a qualquer hora do dia.

Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.

Arrume a sua casa todos os dias...

Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...

E reconhecer nela o seu lugar.


Carlos Drummont de Andrade

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Antes que elas cresçam

Li esse artigo no blog 
http://minhacasameumundo.blogspot.com 
e quase chorei porque é assim mesmo que acontece...

Antes que elas cresçam
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.


É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.

Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.

Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?

Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.

Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.

Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.

Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.

Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.

No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.


O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.


Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.





terça-feira, 24 de maio de 2011

Na esquina do tempo nº50



Oi pessoal! Estava ontem navegando e descobri que a gracinha de pessoa Glorinha Leão está lançando seu livro "Na esquina do tempo nº50".
Trata-se de poesia inspiradora. Ainda não li o livro, mas pretendo ir ao lançamento no MAC para adquiri-lo e finalmente conhecer sua autora, afinal, já faz mais de um ano que eu acompanho seu blog e admiro sua forma de escrever.
Se você se interessar, a noite de autógrafos será dia 3 de junho, a partir das 18:30, no Bistrô MAC, Mirante de Boa Viagem em Niterói. Fica no subsolo do museu que é conhecido como o "disco voador" de Niterói, já que sua forma se assemelha a um ovni.
Parabéns, Glorinha! Que Deus abençoe sua vida e que venham mais e mais livros, mais e mais poesia pra embelezar nossas vidas e trazer cultura ao nosso povo!

Ah! Se você quiser conhecer o blog da Glória, dá uma espiadinha. Eu recomendo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Café com os Apóstolos Joel e Sílvia em Volta Redonda




É muito bom estar entre amigos e melhor ainda quando cercados pelo Espírito Santo de Deus.
No dia 3 de maio estávamos assim: cercado de amigos e guardados por Deus no café da manhã que os Apóstolos Joel e Sílvia serviram aos pastores que estão debaixo de sua cobertura.
Foram momentos tremendos sob a unção do Senhor que fora derramada naquele lugar.
Melhor ainda foi compartilhar com os irmãos pastores que estavam conosco e que não víamos há algum tempo.
Deus operou de forma tremenda naquele lugar. Sentimos o Seu poder e pudemos nos divertir entre amigos.
Legal foi saber o quanto somos queridos! Fomos disputados pelos Prs Luciano e Érica e André e Karla, já que os dois casais queriam nos dar carona. Nos sentimos honrados em saber do enorme apreço que eles tem por nós.
Glórias ao Senhor por isso, pois Ele têm-nos feito cada vez mais, sua imagem e semelhança.
Aguardamos ansiosamente pelo próximo encontro em junho para podermos compartilhar mais das bênçãos e da graça de nosso amado Pai celestial.